quarta-feira, 23 de março de 2011

Porque Deus ama sentir as coisas por intermédio de nossas mãos!


   Com essa frase eu queria iniciar este blog. A primeira vez que a li me perguntei por que ainda não tinha começado a escrever. E por que ainda não tinha o meu blog. Sempre o desejei, mas parece que sempre tinha um empecilho: a faculdade, a falta de tempo, o sono, a unha quebrada, a coceira...
   Tenho de confessar! A verdade é que tudo o que eu gosto e faz meu coração vibrar vem da arte, da fantasia, o chamado: “ócio do homem”. E nos últimos dois anos quando me pego escrevendo me pergunto: O que é que vou escrever em um blog? Essas coisas não são importantes e nem interessantes para nossa sociedade. Precisamos de ações, precisamos acabar com a fome na África, precisamos acabar com o analfabetismo; no Nordeste brasileiro não há água, o aquecimento global... etc. Balelas de um mundo doente que só nos faz sentar e esperar desastres. Não há como agir! Escrever... que dom bobo e inútil.
   Mas “Deus ama sentir as coisas por intermédio de nossas mãos!” a frase apareceu... e ela logo me mostrou ser uma frase que precisa ser divulgada. Ela não me frustrou, ela me incentivou. Li essa frase no livro: “Comer, Rezar, Amar” de Elizabeth Gilbert. Não sei se vocês já ouviram falar ou se já leram. É uma história de viagem... daquelas viagens que transformam o interior dos personagens. Claro que não é um livro perfeito. Mas é isso que chama a atenção, pois é um livro humano. Humano mesmo, igual a nós... com defeitos e qualidades, com cheiro e gostos. O livro precisa respirar, precisa dormir e comer... Ele reza de dia e de noite. Faz sexo, sente prazer. Mas o livro de tão humano, pecou. Pecou em ser uma história verdadeira. Se propondo real, ele simplesmente tem medo de ser uma fantasia!
   Mas o livro é uma arte E uma realidade! A partir do livro percebo que partindo do cotidiano e do real é muito fácil chegar até a fantasia. E a frase retumba: “Deus ama sentir as coisas por intermédio de nossas mãos!” As ações do homem! Seria então possível agir pela arte? “Arte como ação do homem”, isso me lembra alguma coisa... Marx e a Subjetividade Objetivada! A arte é então real? É possível haver fantasia e ainda ser real?
   Eu não sei... e você, o que você acha?