sábado, 15 de outubro de 2011

Ao Embaixador do Sertão: Brasa!


Dia 27 de Setembro postei aqui a programação da Sobrames.
Hoje foi a divulgação dos resultados e euzinha ganhei o prêmio de terceiro lugar em texto literário em prosa.
Resolvi então postar o bonito aqui. Ele tava tímido demais pra aparecer, mas como agora ele é oficialmente de bronze e sentimentalmente de ouro, ele perdeu a vergonha.
Vale a pena dizer que este texto foi escrito a quase um ano atrás e foi dedicado ao Brasa, Embaixador do Sertão e mestre querido. Dei a ele este texto de presente a um tempo atrás, logo, este post também é dele!!
Espero que gostem! :)
O moço bonito aqui em baixo está publicado no livrinho: Anais da IV Jornada Guimarães Rosa- Edição comemorativa do centenário da Faculdade de Medicina da UFMG. Organizado por Natalice Sousa de Oliveira e José Carlos Serufo. Belo Horizonte: Sobrames, 2011.


Sertão é onde se sabe contar his(es)tórias
 “Aqui já é Sertão!” Essa é a frase pintada em letras grandes e amareladas na fachada da loja. Parece estar respondendo a nossa procura. Sim, quem vai a Cordisburgo vai a busca do Sertão de que tanto falou seu mais famoso morador: Guimarães Rosa. Quem ali chega, quer encontrar a vida sertaneja, o modo de vida simples e as his(es)tórias do interior. Interior do sertão brasileiro, Interior do homem humano.
A frase nos acena, convidando, e entramos na loja. Deparamo-nos com objetos de todos os tipos e de todas as cores. É um sem-número de itens da coleção misturados ao que ali se vende. A loja-museu pertence a José Osvaldo dos Santos, mais conhecido como Brasinha, que é Cordisburguense, Roseano e Apaixonado por literatura. Em sua loja se vende aviamentos e presentes, mas a diferença é que também podemos levar objetos ao vendedor e se contarmos uma boa his(es)tória, o objeto ficará em exposição e entra pra coleção. Isso, porque Brasinha não coleciona apenas objetos, coleciona his(es)tórias, coleciona objetos-signos, coleciona poesias, poesias concretas.
Na loja-museu tem de tudo, objetos da vida sertaneja como: berrantes, chapéus, fotos de personalidades como Manuelzão e Guimarães Rosa. Objetos antigos do nosso cotidiano como: celulares, garrafas e rádios. Objetos curiosos como uma faixa de pedidos a São José, uma maquete da Igreja grande, um computador antigo. Objetos que ganham vida através das his(es)tórias contadas e recontadas por quem visita a exposição.
Os objetos se fazem monumentos por fazerem parte da nossa vida, por conterem his(es)tórias de nós mesmos. Objetos subjetivados. Esses objetos, estando ali, ativam nossa memória e fazem reviver nossa cultura de contar e escutar his(es)tórias. Compartilhamos. Vendedor e comprador, cada um a sua maneira, possui uma his(es)tória pra contar a respeito de algum daqueles objetos, cada um tem uma leitura sobre cada uma daquelas poesias expostas. Ali trocamos experiências, trocamos vivências, marcamos e somos marcados.
Uma vez na loja do Brasinha, você estará sujeito a todo tipo de intervenção literária. Aquele lugar respira e induz a poesia. Ai se Opa! Permita-me mostrar meu rosto e contar-lhes uma dessas histórias que aconteceu comigo: Fevereiro de 2009. Conheço a loja e o vendedor. Encanto-me com os objetos, as palavras, as fotografias... , mas como sou estudante de Letras, me interesso, principalmente, pelas várias palavras escritas na fachada. As escolhidas, as objetivadas! Eu e Brasinha passamos horas conversando sobre o significado de uma delas, a palavra “deslembrar” - definimos: palavra poesia - uma das palavras usadas por Guimarães Rosa preferidas ao Brasinha e também a mim. Morfologicamente constituída do prefixo latino ‘des-’, prefixo de negação do português, acrescido ao radical ‘lembrar’; ‘deslembrar’ é uma palavra possível no português brasileiro, mas não aceita pela gramática. No entanto, a palavra pertence ao léxico de Guimarães Rosa, léxico do Sertão, léxico das pessoas do Sertão. Analisamos e constatamos: deslembrar é o que aqueles objetos nunca nos permitem, aqueles objetos permanecem, se fazem poesia, contém memórias, se fazem estórias. Prosseguimos!
Outubro de 2010. Estou sentada na antiga cadeira do cinema da cidade, um dos objetos da exposição mais cobertos de his(es)tórias, lugar que nos permite fazer parte da coleção. Ali somos convidados a produzir e a ser literatura, já que, fisicamente, nos colocamos em contato com a coleção atribuindo valor renovado a ela. Sentados ali, falávamos sobre o Céu de Riobaldo[1], nosso ego, nosso irmão, nosso maior cúmplice, motivo de tantas conversas outras.
De repente uma moradora de rua entra, pede dinheiro emprestado e me diz carinhosamente: “Você é linda demais!”, agradeço e lhe ofereço um sorriso. Brasinha, honrando sua posição de nosso Embaixador do Sertão diz: “Mas você também é muito bonita!” e ela retruca: “Mas eu... eu sou desquerida!”.
Ele me olha relembrando e os olhos azuis sem-fim apontam a construção de uma palavra nova, o uso de uma palavra que Guimarães Rosa teria anotado em sua caderneta e nós anotamos, durante aquele olhar, durante aquela conversa que nasceu do cotidiano, em nossa mente e em nosso coração, aquela história e aquela poesia que quase passou despercebida. Aqui já é mesmo o Sertão...! Ser-tão mundo, Ser-tão linguagem, Ser-tão gente, Ser-tão tudo!
Assim, foi que Brasinha me ensinou que uma coleção não só mostra e expõe itens, uma coleção conta his(es)tórias, nos projeta em cada um dos objetos expostos. Uma coleção retira o objeto de seu lugar comum e o coloca em evidência, o transforma em algo diferente do habitual e isso é transformá-lo em poesia. É o mesmo que acontece com as palavras na literatura. Objeto: Palavra-poema. Um objeto transformado em poesia é livre para qualquer leitura, não possui uma resposta ou uma conclusão final. Ler um objeto poético é fazer projeção subjetiva na concretude da realidade. E um objeto poético é um objeto de coleção, um objeto monumento! Palavras no espaço.

José Osvaldo dos Santos, o Brasinha, mora em Cordisburgo- MG, além de colecionar objetos é coordenador do Grupo Caminhos do Sertão que desenvolve caminhadas Eco-literárias, trabalho que uni a literatura roseana às paisagens sertanejas. É também Diretor Cultural da Associação dos Amigos do Museu Casa Guimarães Rosa e membro da Diretoria do Circuito Literário Guimarães Rosa. Amigo, mestre e irmão.


[1] Riobaldo: personagem principal da obra Grande Sertão: Veredas de João Guimarães Rosa.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Um pouquinho da Itália no Brasil... Uma obrigação visitar!



A Casa Fiat de Cultura está teporariamente expondo alguns dos acervos de museus da Itália. As peças são da Roma antiga e contam com diversos objetos, jóias, monumentos e esculturas. Vale muito a pena conferir, ou melhor, é obrigação! A exposição é gratuita e o transporte também!! A van 'bate e volta' sai da Praça da Liberdade todos os dias. Aqui o site oficial da Casa Fiat .

Tal exposição é de ENORME importância para nossa vida moderna. É devido a eles que hoje falamos a língua portuguesa, idolatramos a nação, entre outras coisas. Para exemplificar isso, uma citação que encontrei super por acaso no texto "Memória" de Jacques Le Goff. Hoje e agora enquanto estudava para minha matéria de literatura e testemunho:

“Mas a época áurea das inscrições foi a da Grécia e da Roma antigas, a propósito das quais Robert disse: ‘Poder-se-ia falar para os países gregos e romanos de uma civilização da epigrafia’(1961, p.545). Nos templos, cemitérios, praças e avenidas das cidades, ao longo das estradas até ‘o mais profundo da montanha, na grande solidão’, as inscrições acumulavam-se e obrigavam o mundo Greco-romano a um esforço extraordinário de comemoração e de perpetuação da lembrança. A pedra e o mármore serviam, na maioria das vezes, de suporte a uma sobrecarga de memória. Os ‘arquivos de pedra’ acrescentavam à função de arquivos propriamente ditos um caráter de publicidade insistente, apostando na ostentação e na durabilidade dessa memória lapidar e marmórea. (p.428)
(...)
Memória funerária, enfim, como o testemunham, entre outras, as estelas gregas e os sarcófagos romanos; memória que desempenhou um papel central na evolução do retrato. (p.430)”
Jacques Le Goff. Memória. In: História e Memória.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ser-tão!


A Sociedade Brasileira de Médicos Escritores vai realizar no próximo mês a IV Jornada Guimarães Rosa. Abaixo, a programação:

14 de outubro de 2011: Sexta-feira
14:00h - Abertura: Dr. José James de Castro Barros: presidente Sobrames-MG
Apresentação musical: Turnê Coral Canto e Vida
14:45 às 16:15h - Apresentação dos trabalhos selecionados: ensino médio
16:15 às 16:45h  - Conferência: Redescobrindo Joãozito em seus escritos
Maria Auxiliadora Gonçalves de Souza Campos – AFAL
16:45 às 17:15h - Intervalo para café
17:15 às 19:00h - Apresentação dos trabalhos selecionados: universitários
19:00 às 19:30h - Conferência: A plumagem das palavras em Guimarães Rosa
Dr. Marco Aurélio Baggio – AMM, Sobrames, Abrames, Arcádia, IHGMG, UBE
19:30 às 21:30h - Apresentação dos trabalhos selecionados: escritores
21:30h - Turnê Coral Canto e Vida
15 de outubro de 2011: Sábado
9:00 às 10:15h – Premiação dos concursos
Estudantes de Nível médio: Antonio Carlos Guimarães, AFAL
Universitários: Prof. Ernesto Lentz de Carvalho Monteiro, AMM e Sobrames
Escritores: Dr. Marco Aurélio Baggio
10:15 às 11:45h - Mesa Redonda: Guimarães Rosa: vida e obra
Prof. Eugênio Marcos Andrade Goulart – FMUFMG
Prof. Geraldo Magela Gomes da Cruz – FCMMG
Prof. Luiz Otavio Savassi Rocha – FMUFMG
11:45h -  Homenagem a Dona Enny Guimarães de Paula
Encerramento: Coral Grupo Claridade Musical
Organização e apoio: Sobrames, Sobrames-MG, FMUFMG, AMMG, CRMMG, AFAL, Abrames, Arcádia de MG, IHGMG, AMM

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Rock é isso!



Este ano o Rock in Rio, enfim, voltou ao Rio de Janeiro. Estive presente no primeiro dia de shows do evento (23/09/11) e posso dizer com todas as letras: foi incrível!
A cidade do rock está maravilhosa. Um espaço super grande e super bem elaborado. Conta com lojas dos produtos oficiais e dos patrocinadores. Quem ainda não comprou sua camiseta do evento, pode fazer isso lá mesmo. E o melhor, ainda estão vendendo camisetas das suas bandas favoritas que se apresentarão no dia.

Não deixe de visitar:
- Rock Street porque é simplesmente lindo e tem uma big surpresa da Heineken.
- O estande do Club social com vários jogos e um brinde lindinho.
- O altar do Rock. Um lugar incrível e super divertido que foi organizado pela SKY.
- O estande da Halls que é super refrescante.

Dicas:
- Compre as fichas do que for consumir logo na entrada para fugir das filas quilométricas.
- Meninas, levem papel higiênico. Confesso que uma das melhores coisas da cidade do rock é o banheiro bem equipado e limpo (não é banheiro químico, é banheiro de verdade), no entanto, se você for ficar até o ultimo show verá a cinderela virar gata borralheira. Melhor se prevenir.
- Leve óculos de sol e blusa de frio. O tempo no Rio está uma loucura: muito calor de manhã e muito frio à noite.

O que comer e beber:
Está tudo com preço tabelado. A maioria dos lanches rápidos (Spoleto, Bobs, Tacos, etc) é R$12,00 a porção. Eu optei pelo Spoleto e fiquei bem servida.
Mas existem outras opções como creme de açaí e yogoberry.
Na Rock Street você encontra comida japonesa, frutas, batata frita. Não sei o preço, mas não deve ser diferente disso.
A cerveja é só Chopp  Heineken e era vendido a R$7,00 na pista e R$6,50 nas lojas.

O Resto é curtir o show!
O melhor show que eu vi? Claro que foi o show do Elton John!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Lembre-se de quem você é!


Com o Rei Leão retornando aos cinemas, claro que fui ver! A Disney world em 3D está demais. A cena inicial do filme está ainda mais linda, vale a pena rever esse clássico, vale a pena levar os pequenos que ainda não conhecem a estória.
Vou postar aqui dois vídeos que são incríveis. Impossível definir qual o motivo principal por ter escolhido esses: pelo Elton, pelo Rei Leão, pela música, pela emoção...
Confiram!


 
Obs: eu sei que não estou louca, existe um vídeo do Elton John cantando na pedra do rei. Alguém conhece esse vídeo? Sabe onde posso encontrá-lo?

domingo, 7 de agosto de 2011

Voando Alto!


Ontem - ultima noite de férias - assisti um filme que a muito queria ver. UP! Altas Aventuras.

Este belíssimo filme, lançado em 2009, já tinha me chamado atenção pelo simples fato de ter sido indicado ao Oscar 2010 como Melhor Filme. É a segunda animação a receber tal indicação, o primeiro foi o clássico “A Bela e a Fera”, também da Disney.
Up não levou a estatueta de melhor filme, mas levou de melhor animação. Lindo, simples, real! O filme vale a pena em todos os sentidos. Para os cinéfalos uma curiosidade é que é o primeiro filme da Pixar produzido em formato Disney Digital 3-D.
Parabéns a Disney e a Pixar. Parabéns a Jonas Rivera e Pete Docter.